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A contabilidade como ferramenta no mercado de investimentos e capitais

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O tema investimento tem ganhado cada vez mais visibilidade. Muitas pessoas que, antes, aplicavam apenas na tradicional caderneta de poupança passaram a alçar voos mais altos e a aplicar seu dinheiro nos mais variados instrumentos disponibilizados pelo mercado de capitais. Diante de todas as áreas de atuação da contabilidade, praticar nesse mercado requer uma visão mais ampla sobre a economia global e uma atualização profissional constante. Por isso, o contador precisa ser plural para atuar nessa vertente e auxiliar, da melhor forma, as pessoas físicas e jurídicas que requerem os seus serviços.

O professor pós-doutor da Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão pública (Face) da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Ricardo Gartner ressaltou, em entrevista ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que a atuação no mercado financeiro e de capitais é algo fascinante, mas que esse entusiasmo dos interessados precisa ser controlado para que não se crie expectativas excessivas.

“Os investidores iniciantes têm à sua disposição uma ampla gama de produtos financeiros, o que abrange a caderneta de poupança, títulos do Tesouro Nacional, títulos de dívida bancária, ações, fundos de renda fixa e renda variável, títulos derivativos, entre outras modalidades. Cada uma dessas particularidades de investimentos precisa ser avaliada de acordo com o tripé: retorno, risco e liquidez – o que requer conhecimento especializado e, sobretudo, muita informação sobre os cenários econômico e político”, ponderou.

Todas essas questões acabam por ser dependentes da contabilidade, que irá elaborar uma documentação técnica adequada, com informações indispensáveis para a tomada de decisão. Quando um investidor, seja ele pessoa física ou jurídica, pensa em adquirir ações, é preciso saber se isso será um bom investimento e se a lucratividade virá no prazo desejado. São as demonstrações contábeis que fornecerão as informações necessárias.

“Diante disso, se estivermos considerando uma pessoa que quer começar a investir e ela não dispõe desse conhecimento mencionado, tal pessoa deve buscar assessoria especializada para conduzir seus investimentos. Mas o ideal é que o indivíduo que deseja investir comece por empregar capital na sua própria formação intelectual, participando de cursos e de outras ações de ensino, visando à sua integração ao mercado financeiro e de capitais”, explicou Ivan.

Em um segundo momento, o especialista explica que é muito importante definir as duas classes de ativos financeiros, e entender o que são os ativos de renda fixa e os ativos de renda variável. É nesse contexto que serão definidos os perfis de investidor. “É de se destacar que os interessados em investir no mercado financeiro devem assumir uma postura de investidores, em vez de puramente especuladores. Exemplo disso é o mercado de ações: enquanto os investidores consideram os fundamentos corporativos e têm um foco no longo prazo, os especuladores desejam resultados no curto prazo e estão focados somente nos movimentos dos preços, utilizando elementos de análise gráfica nos relatórios, o que pode levá-los a perdas irreparáveis se tomarem posicionamentos inadequados”, apontou.

Na busca dos melhores ativos, o investidor começa a ser testado. Para o professor Ivan, os investidores mais bem preparados costumam conjugar as ferramentas de análise dessas duas vertentes. “Partindo do ponto de vista da formação de capital no longo prazo, são selecionadas empresas com base em uma análise fundamentalista aprofundada. Assim que as empresas forem selecionadas, tais investidores poderão utilizar a análise gráfica para identificar os melhores pontos de entrada (e/ou saída) em ativos”, explicou.

Para quem quer começar e ainda não sabe por onde, é importante destacar que o mercado de capitais sofre influências políticas e sociais, o que Ivan chama de cenários de incertezas. Nesse contexto, os agentes econômicos têm se transferido de mercados mais voláteis para mercados com volatilidade mais controlada.

“No Brasil, aplicações em títulos do Tesouro Nacional, como o Tesouro-SELIC, têm ganhado a preferência dos investidores, embora seja necessário recordar que esse tipo de investimento também sofre a influência do risco de mercado. Algo muito importante a se considerar é uma leitura muito consistente dos fundamentos corporativos das empresas que estão listadas na Bolsa de Valores (B3), pois, nesse cenário de muita volatilidade, há ações de bons fundamentos e perspectivas que estão sendo negociadas com deságios acentuados”, detalhou.

Por fim, se você é contador e deseja atuar com assessoria para investidores, o professor Ivan deixa uma ótima dica, já que esse tipo de exercício profissional exige um preparo constante. “Invista tempo e recursos em sua capacitação profissional, esteja devidamente certificado para o exercício de tais atividades e se estiverem aptos e dispostos a estudar continuamente os temas associados ao mercado financeiro e de capitais, pois os cenários político e econômico são mutantes ao longo do tempo, e exigem alta capacidade de adaptação. A leitura diária de noticiários gerais e especializados também constitui um elemento fundamental para o êxito de suas iniciativas nesse mercado”, finalizou. Assim, o assessoramento contábil no âmbito do mercado de capitais e investimentos faz com que investidores tomem decisões cada vez mais assertivas.

Fonte: https://cfc.org.br/noticias/especial-investimento-a-contabilidade-como-ferramenta-no-mercado-de-investimentos-e-capitais/

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